1º Festival da Lã de Campos do Jordão

Campos do Jordão viveu uma era de ouro têxtil nos anos 70. A cidade era considerada um polo de excelência em malhas e exportava para todo o país. Dezenas de malharias fizeram muito dinheiro e centenas de famílias se sustentaram, até meados dos anos 80, na onda do status de qualidade atribuído às malhas de Campos do Jordão.

O status era legítimo, a qualidade do acabamento e a riqueza de detalhes bordados à mão encantavam as pessoas. E a Maison Genève, na época chamada malharia Genève, era um dos principais expoentes dessa qualidade premium encontrada nos tricots e suéteres de Campos do Jordão.

A crise das malharias

A era de ouro das malharias chegou ao fim no início dos anos 90, mas o declínio não se deu devido a uma queda na qualidade ou beleza das malhas. Foi o crescimento das grandes fábricas têxteis em outras regiões do país, nos anos 90, e a investida chinesa no mercado têxtil internacional a partir do ano 2000, que fizeram com que muitas malharias falissem e muitas famílias perdessem sua principal fonte de renda. Como competir com preços tão baixos? Este foi o desafio com o qual muitas malharias de Campos do Jordão não conseguiram lidar.

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Salve-se quem puder - Corram que os chineses chegaram

Mas como lidar?

A Maison Genève, por exemplo, se reinventou, agregando à qualidade do acabamento e bordados, o lançamento de peças exclusivas com coleções limitadas de modelos, aliado a materiais modernos e as mais modernas tecnologias de cortes. Foi a inovação que garantiu a sobrevivência da Genève e o que legou à marca nos dias de hoje um lugar de destaque nacional no tocante à moda inverno.

Inovação é a palavra chave

Já um outro caminho para contornar a crise, foi o trilhado pela Inverness. Em 1991 a marca inventou um novo segmento para atuar no mercado. A Inverness investiu na fabricação exclusiva de meias escocesas, e com muita criatividade até hoje sobrevive principalmente da venda de de suas divertidas meias coloridas. Uma tendência super em voga atualmente, mas que a marca conseguiu vislumbrar e antecipar há mais de vinte anos.

As ovelhas estão de volta - Vem aí o Woolfest

Ainda há tempo

Mas há esperança para quem perdeu o timing da inovação. Um grupo de empresários de Campos do Jordão em parceria com a Secretaria de Turismo da cidade resolveu resgatar a tradição das malharias e dos pequenos tecelãos de Campos do Jordão. Motivados pela atual valorização da moda “hand made”, com cada vez mais pessoas valorizando produtos feitos à mão e produzidos localmente, o empresariado local decidiu criar o festival Woolfest – O 1° Festival da Lã de Campos do Jordão.

Bem-Vindo Woolfest

A Maison Genève é um dos principais apoiadores do festival, pois acredita que com o resgate da tradição da lã em Campos do Jordão mais pessoas poderão voltar a se dedicar à nobre arte do tricô, uma arte à qual a marca faz reverência e que acredita pode transformar, mesmo nos dias de hoje, a vida de muitas famílias da cidade.

Uma das famosas árvores da Maison Genève

E o festival Woolfest tem na Maison Genève uma forte influência. Assim como acontece na Maison Genève, onde retalhos de malhas e tricôs coloridos decoram vasos, bicicletas e até as árvores da loja, o festival contará com uma decoração especial com árvores, carros e objetos revestidos de lã espalhados pela cidade.

O Woolfest acontecerá em dois finais de semana, de 22 a 24 e de 29 a 31 de maio na Praça São Benedito, na Vila Capivari. Na programação do evento, um dos destaques é o encontro de “tricoteiras e crocheteiras”, que devem produzir uma colcha gigante de lã nos dias 23 e 30 de maio, às 15h. Nos mesmos dias, haverá um desfile de máscaras de lã, às 20h. Além dessas atrações, oficinas gratuitas de tricô e crochê e apresentações musicais (datas e shows ainda não divulgados) também irão acontecer na Praça São Benedito. E os turistas também poderão colaborar com o festival visitando as malharias do Circuito da Lã, um roteiro oficial das malharias que ainda mantém suas fábricas na cidade, empregando mão de obra local.

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